O projeto, assinado pela arquiteta Julia Abreu, diretora da Peckson Engenharia, em parceria com a arquiteta Ligia Tammela, transformou a antiga biblioteca do 11º andar em um amplo ambiente com 780 metros quadrados, com grandes painéis de vidro que possibilitam aos visitantes uma vista incrivel para a Baía de Guanabara. “O objetivo era valorizar a beleza do Rio de Janeiro e contribuir para que os amantes da cultura francesa pudessem aliar uma boa leitura ao melhor da culinária da França”, explica a arquiteta.

Uma grande sala de reuniões poderá receber até 25 pessoas com vista para o Pão de Açúcar.
O desafio era grande: criar um ambiente acolhedor, moderno e que comportasse o acervo de mais de 20 mil títulos. Para isso, contou com a parceria de empresas de origem francesa como a Tok&Stok e a Fermob, que comercializa móveis para áreas externas na França. Para dar amplitude e integrar os ambientes, demoliu o antigo hall de entrada, eliminou paredes e investiu em placas de sinalização. “Isso permitiu que criássemos espaços amplos e livres de barreiras. As paredes só entraram onde era absolutamente necessário, como nas salas de estudo e de reunião”, explica a arquiteta. Os tons de cinza e preto da decoração ganharam mais personalidade com o castanho das cadeiras Charles Eams e das poltronas Egg verde-limão.

Outra sala de reuniões menor poderá receber até 8 pessoas com vista na Baía de Guanabara
O salão central é ocupado por mesas de leitura e lounges com puffs e sofás, além de uma sala de estudos com capacidade para cinco pessoas e uma de reunião, que comporta até vinte pessoas. Para as crianças, o espaço infantil – com móveis da linha Bel Lobo desenvolvida para a Tok&Stok – oferece livros divididos por faixa etária. Na parte posterior, há também um ambiente multimídia, com televisões, computadores e tablets, onde se pode escutar música, assistir clássicos do cinema francês e ainda ler revistas e jornais digitais.

Espaços confortáveis com pufs e sofás foram pensados para que os visitantes se sintam em casa.
No projeto anterior, prateleiras enormes obstruíam a vista para a Baía de Guanabara e escureciam o ambiente. Foi preciso desenvolver novas soluções para a exposição de todo o acervo, como as estantes rotatórias, criando-se um espaço sem a sisudez de uma biblioteca tradicional. “Na parte central, usamos apenas expositores baixos. As novas estantes altas foram alocadas nas laterais, não interferindo na entrada de luz natural, e contribuindo para a circulação de pessoas”, ressalta a arquiteta, acrescentando que o artista plástico brasileiro Ivonesyo Ramos e o fotógrafo francês Vincent Rosenblatt doaram obras para a midiateca.
O espaço, que antes possuía apenas um banheiro unissex, ganhou um toalete adaptado para portadores de necessidades especiais, além de WCs femininos e masculinos, com quatro e três cabines, respectivamente.